A chegada do cachorrinho Lake na família Varella

“Com todos os acontecimentos do último ano e distância da família e dos amigos por conta do lockdown, me senti muito carente. Sempre tive cachorro no Brasil e sei do bem que o animal faz nas nossas vidas. Foi aí que decidi que queria um animalzinho, um bichinho de estimação, um cachorrinho pet.” (Marina Varella)

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Marina e João Varella com Lake, da raça Springer Spaniel que “chegou chegando” para animar a família.

Cães e gatos oferecem um importante apoio emocional a seus donos. Quem tem um pet sabe bem disso! Leais e generosos, compartilham sua companhia e oferecem amor e carinho a crianças e adultos. Essas manifestações de afeto dos bichinhos de estimação a seus donos trazem a sensação de conforto emocional e aconchego.

Assim, cada vez mais pessoas buscam pela companhia de um animalzinho para dar e receber afeto e atenção. Dados recentes mostram que eles ocupam cada vez mais a vida de canadenses e brasileiros.

No Canadá, 58% das famílias possuem pelo menos um pet, seja cão ou gato. Isso é o que mostra a Pesquisa sobre a População de Animais de Estimação realizada em 2020 pelo Canadian Animal Health Institute.

No Brasil, por sua vez, os animais de estimação também são parte de muitos lares. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde realizada pelo IBGE em 2019 indicam que 48 milhões de domicílios brasileiros (cerca de 67%) possuem ao menos um cão ou um gato.
O casal de brasileiros Marina e João Varella saiu do Brasil para morar no Canadá, em 2017. Embora motivados e comprometidos com as mudanças, a experiência do lockdown na pandemia do COVID-19 acentuou as saudades da família e dos amigos que ficaram no Brasil. O casal resolveu adotar um pet, o simpático cãozinho Lake.

“Com todos os acontecimentos do último ano e distância da família e dos amigos por conta do lockdown, me senti muito carente. Sempre tive cachorro no Brasil e sei do bem que o animal faz nas nossas vidas. Foi aí que decidi que queria um animalzinho, um bichinho de estimação, um cachorrinho pet.” (Marina Varella)

Lake é um cachorrinho muito fofo. Com apenas alguns meses de idade, este filhote da raça Springer Spaniel “chegou chegando” para animar a família! Agora, na casa de Marina e João, só dá Lake!

Se você está pensando em ter um pet, vale muito a pena ler a entrevista a seguir. Com brilho e entusiasmo, Marina nos traz um conjunto de boas informações, sempre temperadas com boas doses de emoção. Uma delícia de se ler!

Em um bate papo descontraído, Marina Varella nos fala de todo o processo da chegada do Lake à casa, na cidade de St. Catharines, Ontário, Canadá. Tudo começou no momento em que ela resolveu assumir sua vontade de ter um cachorrinho. Também, fala dos ajustes que tiveram que fazer no orçamento, na rotina e nos espaços da casa para poderem receber o cãozinho. Termina irradiando afeto e reconhecimento pelo cachorrinho que, agora, é o mais novo membro da família Varella.

Ana C. – Por que ter um cachorrinho de estimação, um pet?
Marina Varella – Com todos os acontecimentos do último ano e distância da família e dos amigos por conta do lockdown, me senti muito carente. Sempre tive cachorro no Brasil e sei do bem que o animal faz nas nossas vidas. Foi aí que decidi que queria um animalzinho, um bichinho de estimação, um cachorrinho pet. O João, meu marido, foi resistente no início, pois estávamos em um momento de mudança de apartamento. Além disso, ele estava terminando o college e com muitas provas. Ainda assim parti para a busca. A ideia inicial foi a de adoção de um cachorrinho.

COMO SE FAZ PARA TER UM PET NO CANADÁ

Ana C – Vocês, primeiro, tentaram adotar um pet. Como foi a sua experiência?
Marina Varella – Comecei pesquisando sites em que eu pudesse aplicar para a adoção de um cachorrinho que tivesse o perfil mais adequado para a gente: porte médio, calmo e que não latisse. Afinal, moramos em apartamento.

A adoção de cachorrinhos pet aqui no Canadá é muito interessante. Aqui, não existem cachorros de rua, como no Brasil. Por isso, muitos são trazidos de países como México e Bahamas. Os cachorros abandonados por lá são resgatados e trazidos para o Canadá para adoção. Então, no processo de adoção, o pet fica temporariamente com uma família, para análise de comportamento e cuidados veterinários. Depois, mesmo adotando, existe uma taxa que devemos pagar para ajudar o trabalho dos voluntários, que é por volta de Can$500.

Fizemos diversas solicitações em duas associações daqui de St. Catharines e foi então que percebi que a adoção é muito difícil. Conheço um voluntário de uma associação e ele me contou que estavam recebendo mais de 100 aplicações por cachorro. Assim, quem mais se enquadra no perfil é que é chamado para uma entrevista. Normalmente, a preferência é por quem tem crianças, já tem animais e mora em casa, o que não era o nosso caso.

COMPRAR UM CACHORRINHO PET FOI UMA OPÇÃO

Ana C – Comprar um pet era uma opção?
Marina Varella – Sim. Vendo que a adoção não ia acontecer, decidi começar a pesquisar em sites de venda. Confesso que tomei um susto com os preços! Nunca pensei em escolher um animal pelo preço. Infelizmente, algumas raças que eu gostava estavam fora de cogitação. Afinal, como pagaríamos 7.000 dólares em um pet? Fugia do nosso orçamento.

Ana C – Mas, quando o universo conspira a favor, as coisas acontecem! Como o cachorrinho Lake chegou até vocês?
Marina Varella – Ainda motivada por adotar um cachorrinho, um dia vi uma publicação com a oferta de um Springer Spaniel. Eu não conhecia esta raça, mas a associei ao Cocker. O filhotinho não era de um canil, não. Era de um casal de idosos que estava vendendo a cria dos seus dogs, em Belleville. E quando fomos buscar o nosso pet, foi muito legal ver como os primeiros donos eram amorosos com ele. Nós o batizamos com o nome Lake.

Daí, quando já estávamos em casa é que descobrimos que o English Springer Spaniel não era o Cocker Spaniel. Na verdade, o Cocker se originou dele. O English Springer Spaniel é maior e tem muita energia. Justo o contrário do que João e eu buscávamos, que era um pet calmo (risos).

Ana C – Ter um cachorrinho na família é muito gostoso, mas também exige esforços, paciência e gera gastos. Como está sendo essa adaptação de vida para vocês?
Marina Varella – O Lake chegou pra sacudir nossa vida. Ele é de uma raça de caça, então energia é o que não falta! Agitado, precisa de atenção e muito passeio! Até tivemos que comprar uma cerca aqui para o apartamento. Isso para que ele possa ter um espaço legal e, quando estiver sozinho, não destruir o resto da casa.

Ele é muito carente, então gosta de estar sempre perto da gente, com contato físico. De nossa parte, como é tão pequenininho, a gente quer estar sempre com ele no colo. Ele também late um pouco, mas é mais para chamar a atenção. Por esse motivo contratamos um adestrador, que nos deu muitas dicas. Assim, o Lake está cada vez mais tranquilo.

Mas eu, que sou a “mãe”, sou a que mais ralo, pois ele ainda me morde muito por conta de dentição. Mesmo tendo vários brinquedos, mesmo eu dando gelo, muitas vezes ele prefere a minha mão. E machuca muito!

Depois que ele chegou, conhecemos mais 4 iguais a ele, no bairro. E todos os donos dizem que fizemos a melhor escolha, pois a raça é de animais muito leais e carinhosos! Então…estamos aprendendo a ter paciência, mas temos a certeza que tinha que ser ele! Deixou a nossa vida mais leve e divertida.

Ana C – Então agora só dá Lake, né?
Marina Varella – Lake é um filhote apaixonante! Todos que o conhecem se encantam! Lake ama comer cenoura e gosta de nadar e de brincar com crianças e outros cachorros. Inclusive, ele adora ir em um parque de cachorros, aqui em St. Catharines, para fazer novas amizades.

Fizemos até um Instagram dele para dividirmos com as nossas famílias, no Brasil. E descobrimos que existe uma grande comunidade canina por lá, também. É muito bacana ver os cães Springer Spaniel adultos e imaginar como o Lake será daqui a um tempo. As cores dele são fígado e branco tan, mas, suas patinhas parecem mais um sorvete de flocos!


Mais do Lake: Instagram @lakethedog

Cão ou gato?

No Canadá os gatos são maioria no Brasil os cachorros predominam antes de se decidir por um pet considere:

• Um cão pode permanecer na família por uma média de 10 a 15 anos. Já gatos podem viver um pouco mais, de 15 a 20 anos, dependendo da raça.

• Cães precisam de mais espaço na casa e passeios. Gatos são mais independentes, mas também adoram brincar.

• Gastos com alimentação, saúde e treinamento do pet, entre outros, devem estar no orçamento familiar.

• O comportamento e as exigências da raça do bichinho de estimação devem combinar com a personalidade dos donos.


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