A busca da felicidade na novela do Falabella

“Desejamos a mesma coisa desde que abrimos os olhos para a luz: felicidade. E, como a ideia de felicidade está quase sempre ligada ao amor, é preciso dois para se chegar ao objetivo”, Miguel Falabella.

O amor, as relações, a paixão, o romance, risos e conflitos. E um beijo, aquele beijo que pode mudar tudo. Porque quando estamos vivendo um turbilhão de emoções e nos vemos no meio de uma batalha de sentimentos, um simples ato pode transformar nossas vidas.

Das tristezas, podemos buscar alegrias profundas. Das decepções, podem surgir novas realizações. Nas diferenças, podem acontecer encontros. Os grandes encontros da vida.

De Miguel Falabella, com direção de núcleo de Roberto Talma e direção geral de Cininha de Paula, ‘Aquele Beijo’ é uma comédia romântica com um olhar particular sobre a vida. É uma novela onde o humor impera, mesmo nos piores momentos dos personagens. Uma história alegre, que enxerga o ser humano com afeto, ainda que ele não seja perfeito. É uma viagem pelo subúrbio carioca, mostrando que a graça do mundo está exatamente nas diferenças. “Na vida, é preciso ter a capacidade de rir de nós mesmos”, conclui Falabella. ’Aquele Beijo’, próxima novela das sete da TV Globo Internacional, tem teve sua estreia em 17 de outubro.

O ator-autor

O estilo humorístico de Miguel Falabella é uma característica marcante do autor, que ficou muito conhecido pelo Caco Antibes, de ‘Sai de Baixo’ e por apresentar durante 15 anos o programa ‘Video Show’. Falabella estreou na televisão, como ator, na novela ‘Sol de Verão’, de Manoel Carlos, em 1982. Mas sua grande projeção deu-se como Miro, personagem criado por Janete Clair, em 1986, na segunda versão de Selva de Pedra, escrita por Regina Braga e Elói Araújo. Como diretor, Miguel teve a sua primeira experiência em ‘Sassaricando’, de Silvio de Abreu, em 1987.

Sua primeira novela como autor foi em 1996, quando escreveu ‘Salsa e Merengue’, com Maria Carmem Barbosa. A parceria com a autora começou em 1990, quando os dois trabalharam juntos em ‘Delegacia de Mulheres’. Em 2005, eles também assinaram ‘A Lua Me Disse’. No mesmo ano, Miguel e Maria Carmem fizeram ‘Toma Lá Dá Cá’, que começou como especial de fim de ano e, em 2007, entrou para a grade semanal da TV Globo.

Sua produção mais recente na televisão foi ‘Negócio da China’, em 2008, novela que escreveu sozinho pela primeira vez.

Dos palcos, a trajetória de Miguel também é marcada pelo sucesso, como a peça ‘A Partilha’ – que acabou virando filme – e os musicais ‘Os Produtores’, ‘A Gaiola das Loucas’ e ‘Hairspray’. Na literatura, ele já lançou dois livros: ‘Pequenas Alegrias’, que reúne as crônicas escritas no período em que escreveu para jornal O Globo; e ‘Querido Mundo e outras peças’, com sete peças escritas junto com Maria Carmem Barbosa.

No cinema, estrelou onze produções e, em 2008, lançou o seu primeiro filme como diretor ‘Polaróides Urbanas’, baseado na peça ‘Como encher um biquíni selvagem’.

Como surgiu a ideia da novela?
MF – ‘Aquele Beijo’ nasceu a partir de personagens. A história surge a partir de minhas observações. Eu gosto de criar personagens que são politicamente incorretos porque existe verdade no que eles dizem. Eu trabalho com o universo do subúrbio carioca, vejo o mundo e ouço pessoas falando. A graça da vida é isso, é a diferença entre as pessoas.

O que não pode faltar em uma novela sua?
MF – Humor. ‘Aquele Beijo’ é uma comédia romântica com um olhar particular da vida. Eu vejo humor até nos piores momentos da vida. Temos que ter a capacidade de rir de nós mesmos.

http://youtu.be/g7TuJMHkQCg

Você é um ator e autor muito teatral e musical. Como poderemos ver essas características na novela?
MF – Os atores brilham quando saem do básico. Meu texto é teatral, para que o ator tenha o que dizer, para que ele também possa criar. Isso é o que diferencia, dá alma ao personagem. Assim, você rompe com tudo, fica teatral e não naturalista.

Como foi a seleção do elenco?
MF – Teremos atores que já estão familiarizados com meu texto, com meu estilo. Mas também tenho agradáveis surpresas no meu elenco.

O personagem de Sandro Christopher, o Bob Falcão, é fã de Elvis Presley. Por que você criou esse personagem? Você também é fã do cantor?
MF – Adoro Elvis. Ele foi o primeiro branco que era negro, foi erótico, rebolava e levava o público ao delírio. Ele é muito especial.

Quais seriam os traços mais marcantes da mocinha Cláudia?
MF – Ela é uma heroína como as que existiam anos 30. As minhas mocinhas erram. Ela é atrapalhada, cai do salto, chora quando vai consolar alguém, se desgoverna. A Giovanna é perfeita para esse papel. Ela consegue exprimir as características da personagem, parece uma mulher real e demonstra um amor crível.

E da vilã interpretada por Marília Pêra? O que podemos esperar de Maruschka?
MF – Marília é o Ronaldinho da dramaturgia. Ela dá uma aula de interpretação para todos. Vou assisti-la e aprendo com ela. Ela dá um show em marcação e respiração. Enfim, Marília é grande. Podemos esperar o melhor.

A idéia da Van Premiere foi sua? Por que?
MF – A van foi a minha homenagem ao teatro brasileiro, que vive disso hoje em dia.

Em suas novelas você costuma falar de Portugal. Por que?
MF – Eu adoro Portugal e tenho uma ligação grande com o país, que já foi palco de algumas montagens teatrais que fiz. Em ‘Aquele Beijo’, além de Ricardo Pereira e Maria Vieira, conhecidos atores portugueses pelo nosso público, teremos a atuação de Marina Mota, pela primeira vez na telinha brasileira. Marina é uma atriz renomada em seu país, com uma forte ligação com o humor.

Como é trabalhar com Talma e com Cininha?
MF – Eu trabalhei com Talma a minha vida inteira. Fio ele que me colocou na televisão, há 30 anos. Cininha é minha amiga há anos. Estamos todos em casa, temos muita liberdade. Trabalha-se com afeto e humor. Isso é muito importante para ter sucesso.

Por Fernanda Menezes Côrtes (CGCOM-BR)

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