Brasileiros investem na Indy

Combustível, pilotos e investidores brasileiros firmam presença em uma das principais competições automobilísticas do mundo.

Por Sacha Vaz

Raphael Matos recebeu o premio APEX-Brasil Rookie of the Year, em 2009

A Fórmula Indy é um dos esportes favoritos dos norte-americanos, assim como o futebol é para os brasileiros. Em média, cerca de 93 mil pessoas comparecem a cada corrida. A prova mais importante da Indy, as 500 Milhas de Indianápolis, é transmitida para mais de 344 milhões de lares em 203 países. Segundo as pesquisas, o perfil do fã da Indy é um cidadão de boa escolaridade e alto nível de renda (US$ 81 mil/ano), com maior lealdade a marcas que o consumidor médio.

A Apex-Brasil, uma agência brasileira de promoção de exportações e investimentos, foi pioneira ao identificar a Fórmula Indy como uma oportunidade para promover negócios entre empresas brasileiras e estrangeiras durante as corridas no Brasil, Canadá, Estados Unidos e Japão. Em 2010, a parceria da Apex-Brasil com a Indy rendeu US$ 589 milhões em negócios às empresas brasileiras. A expectativa é de que alcance a cifra dos US$ 700 milhões, em 2011.

“Ampliamos nossos contatos durante as corridas, o que seria impossível se não fosse dentro do ambiente da Indy. O projeto foi para nós uma grande oportunidade de reforçar a imagem do café brasileiro no exterior”, diz Nathan Herszkowicz, Diretor Executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Café (ABIC).

Segundo o Coordenador do Projeto Especial da Apex-Brasil na Indy, Maurício Manfrê, o foco do projeto são empresas que já têm alguma maturidade exportadora. “Os participantes podem levar os clientes para eventos de relacionamento; desenvolver ações de imagem e mídia em internet, TV e rádio; promover os produtos por meio de distribuição de brindes e degustação, além de sugerir ações diferenciadas”, comenta ele.

“A Apex-Brasil sabe explorar incrivelmente as corridas da Indy e no Grande Prêmio de Toronto, não é diferente. A estrutura é perfeita para reunir exportadores brasileiros e importadores canadenses, de uma variada gama de produtos e serviços”, comenta Afonso Cardoso, Cônsul-Geral do Brasil em Toronto.

A presença brasileira na Indy é ainda mais notável quando vemos o ranking da temporada de 2011. Ao todo, seis pilotos brasileiros participam das corridas. Tony Kanaan é o melhor colocado na classificação do campeonato, que até o fechamento desta edição, estava em 5o lugar. Hélio Castroneves, segue em 12o lugar. Vitor Meira em 13o. Ana Beatriz em 22o. Raphael Matos em 27o e finalmente Bruno Junqueira, em 41o lugar.

Além disso, todos os carros são movidos a etanol brasileiro, fornecido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), tornando-se a primeira e única corrida 100% movida a energia limpa e renovável. A parceria da Unica com a Indy firmou-se em 2009, através da Apex-Brasil.

Brasil x Canadá

A Apex-Brasil já “deu a largada” no mercado canadense. Em 2010, a empresa participou do Brazilian Flavours, no Harbourfront em Toronto, e também de um evento da Greater Toronto Marketing Alliance (GTMA), para apresentar às empresas brasileiras o grande potencial de investimentos, em diversos setores, na região da Grande Toronto. Em 2011, apoiou a ABVCAP (Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity) em uma conferência da associação de fundos de investimentos canadense, em Vancouver.

Segundo dados do Banco Central, o Canadá ja investiu US$ 504 milhões no Brasil em 2011, o que coloca o país como o 7º maior investidor no Brasil nesse ano. Recentemente, a Talon Metals, por exemplo, adquiriu duas grandes minas de ferro no estado do Pará. Nesse ano, a Petrobras visitou o Canadá para prospectar empresas de equipamentos para exploração de petróleo. No momento, o setor é um dos mais atrativos para investimentos no Brasil, em decorrência da exploração das reservas de petróleo na camada pré-sal do Oceano Atlântico.

 

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