A poucos dias do início, Jogos Olímpicos redefinem a cidade e contagiam o público.
por João Pedro Moretzson
Os Jogos Olímpicos do Rio nunca estiveram tão perto. Com a cerimônia de abertura marcada para 5 de agosto, é possível sentir a ansiedade tomar conta da cidade. A proximidade da competição evidencia o clima de agitação do público e o legado do evento, que já pode ser visto espalhado pelos quatro cantos da sede da 31ª Olimpíada da era moderna.
A competição terá 21 dias de duração, e contará com disputas em 42 modalidades esportivas. As novidades para os Jogos do Rio 2016 são a inclusão do rúgbi e do golfe, que voltam a figurar entre os esportes olímpicos depois de 92 e 112 anos, respectivamente. De acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI), aproximadamente 10.500 atletas de 205 países participarão desta edição dos Jogos Olímpicos – os primeiros a serem realizados na América do Sul. Serão 306 provas com disputa de medalhas, entre as competições femininas, masculinas e mistas. Para ajudar na organização do evento, serão 45 mil voluntários à disposição do COI, além de funcionários e terceirizados.
Os Jogos contarão com 32 locais de competição situados em quatro regiões da cidade – Barra da Tijuca (15), Copacabana (4), Maracanã (4) e Deodoro (9). As arenas e locais de disputa já atingiram 98% de execução, com 27 sedes já entregues ao COI.
Além disso, obras de infraestrutura técnica do Parque Olímpico estão em estágio avançado de execução. Os Centros de Imprensa (Main Press Center – MPC) e de Transmissão (Internatinal Broadcasting Center – IBC) estão concluídos e entregues às autoridades, enquanto o Hotel da Mídia está em fase final de construção. A Vila dos Atletas acomodará os competidores durante os Jogos Rio 2016 e se encontra com 97% do projeto concluído, e previsão de entrega ao COI para o mês de maio.
Os governos federal e municipal investiram mais de R$ 7 bilhões para preparar a cidade e receber as Olimpíadas. O principal foco foram as obras de integração e transporte, em busca de mais mobilidade e fluidez no período de competição. Exemplos são projetos como a instalação dos VLTs – Veículos Leves de Transporte – além da ampliação das linhas do metrô carioca. Ruas e avenidas da cidade foram ampliadas e corredores criados para circulação de ônibus especiais (BRTs) e deslocamento das delegações e autoridades. Obras de urbanização das regiões do Parque Olímpico e de Deodoro também foram realizadas.
Estrelas de todos os esportes estarão no Rio em busca de medalhas e glórias. Alguns, como o jamaicano Usain Bolt – velocista bicampeão olímpico nas provas dos 100 e 200 metros rasos – vem reafirmar seu status de lenda e gravar seu nome na história com um possível tricampeonato. O americano Michael Phelps, tentará aumentar a coleção de medalhas olímpicas – incríveis 22, ao todo – e personalidades como Mo Farah, fundista britânico, Shelly-Ann Fraser, velocista jamaicana, e até Zlatan Ibrahimovic, que prometeu vir aos Jogos defender a Suécia no torneio de futebol olímpico.
Futebol, por sinal, é a obsessão do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do público para os Jogos Rio 2016. O Brasil nunca venceu a modalidade em Olimpíadas, batendo na trave sete vezes: cinco com o masculino e duas com o feminino. Para ajudar o país a vencer a sonhada medalha de ouro, o Brasil contará com Neymar no masculino e o talento de Marta no feminino.
O COB definiu metas altas para a participação brasileira na competição. Como donos da casa, a entidade estima ficar entre os cinco primeiros colocados no ranking ao fim das Olimpíadas. Para isso, conta com o desempenho em modalidades fortes do esporte brasileiro, como os times de vôlei feminino e masculino – sempre postulantes ao título – além de vitórias nas disputas do vôlei de praia.
Fabiana Murer, do salto com vara, é outra grande esperança de medalha, assim como Isaquías Queiroz, da canoagem modalidades slalom e velocidade. A vela, que conta mais uma vez com Robert Scheidt, recordista de medalhas do esporte olímpico brasileiro, também é favorita a uma medalha na Rio 2016.