Jiu Jitsu brasileiro conquista canadenses

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As artes marciais são consideradas por alguns como agressivas e antiéticas, além de muitas vezes serem relacionadas à violência nas ruas. Porém, as lutas profissionais proporcionam benefícios não somente para o corpo, como também para a mente.

Por Renata Solano

Segundo o professor de Jiu Jitsu Brasileiro (BJJ), de Vancouver, Marcus Soares, a arte marcial é uma forma de educação física e psicológica. “O mais importante deste esporte é a tranquilidade de espírito, a responsabilidade, a humildade, o companheirismo, a auto-confiança, o comprometimento e o engajamento do aluno”, conta Soares.

Além de proporcionar formação de caráter ao indivíduo, o BJJ traz benefícios para o corpo pois trabalha tanto com o fortalecimento muscular, quanto com o condicionamento físico, através de treinamentos constantes.

O esporte é uma evolução do judô japonês e é utilizado por muitos militares, policiais e profissionais do MMA (Mixed Martial Arts). “Ambas as categorias trabalham a defesa pessoal e não o ataque, mas a técnica japonesa utiliza golpes baixos, como mordidas e dedos nos olhos, que não sao aceitas no BJJ”, afirma Soares.

De acordo com o professor, o esporte não tem restrições de idade e pode ser praticado por crianças, de acordo com sua maturidade, por jovens, adultos e idosos; A modalidade ensina que pessoas de baixa estatura podem se defender dos adversários mais altos e mais fortes, com o uso de técnicas de submissão e de golpes como, por exemplo, cadeado de braços e pernas ou estrangulações.

O progresso no Jiu Jitsu é medido através de graduações, em que os alunos recebem faixas de acordo com o desenvolvimento. Para adultos, as faixas são: branca, azul, roxa, marrom e preta. Para crianças e adolescentes de até 16 anos, as cores das faixas são: branca, amarela, laranja e verde. A média de tempo para um aluno receber a faixa de maior grau na categoria é de cerca de dez anos, os critérios analisados são técnica e comportamento nas aulas e competições.

Em 1997, Marcus Soares se mudou para o Canadá. “Fui o primeiro faixa preta a chegar aqui e fui convidado a fazer vários seminários sobre o esporte ao redor do país. Depois fui convidado a ensinar o BJJ em uma academia com 40 alunos, que antes treinavam o judô japonês. Foi a partir dali que selecionei alguns dos meus alunos para me representar, como instrutores da modalidade, nas diversas cidades do país”, conta Soares.

Para se tornar um professor qualificado é preciso que os alunos tenham conhecimento das 150 técnicas principais do esporte, responsabilidade e envolvimento com o espirito do BJJ. Em Vancouver, diversos professores canadenses já ensinam o esporte nas academias de ginástica, mas muitas delas não abrem mão de ter um instrutor brasileiro. Alguns exemplos são os mestres Leonardo Xavier, Rodrigo Carvalho e Bibiano Fernandes, campeões mundiais na categoria.

 

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