
Sem dúvida. Mas sabe-se lá quando. E nossas cicatrizes? E a sensação de um tempo perdido que não voltará jamais?
Vai ter vacina, vai ter reencontros. Vai acabar o receio, medo e a desconfiança. Só não acredito no tal “novo normal”.
Dia desses numa ida ao Rio de Janeiro, fiquei tão estupefata com o abandono da cidade onde nasci, que me deu uma tristeza profunda de que nunca mais haveria uma solução. Pelo menos não pra minha geração.
Constatei andando por Ipanema que havia perdido minha ginga de carioca. Não de malandragem mas de plena felicidade e orgulho de pertencer a um maravilhoso lugar pra se morar.
Esse Rio vai ficar pra sempre na memória. As sessões nos cinemas Leblon e Veneza com os amigos. As praias memoráveis sem multidão e mar limpinho, tomando limão gelado (sem pensar na procedência) e comendo biscoitos Globo. Das noites em clubes noturnos onde desfilavam todo tipo de gente interessante, com que se fazia amizade em questão de minutos!
Isso era o normal. O bom e antigo normal.
Esse novo tempo vai ser diferente.
Mas enquanto não chega esse momento, vamos de álcool gel e máscaras diversas. Novos livros, séries e os olhos colados no celular, nossa janela para o mundo. Encontrar os amigos pelo Zoom e comentar sobre os netos nascidos e os esperados, casamentos e funerais.
Vai passar, mas sabe-se lá quando!