Não. Mas ando me acostumando com a ideia.
Pensando no corona vírus, nas eleições americanas e nas cariocas.
Perder sempre fez parte do jogo da vida. Não é um sentimento, é um fato. Mas quase sempre vem agregado a uma tristeza variável. Acontece de ser discreta ou desagradável. Se disfarça espantosamente por trás de desculpas e acaba nos vencendo na reta final.
Algumas vezes perder algo ou alguém, acontece para melhorar um futuro desconhecido. Mas vivemos no presente, a vida não assume um ritmo constante e repetitivo, e nesse espaço de tempo, perder não nos parece sensato.
O desconforto de olhar em volta e não ter mais um grande amor, um bom emprego, um carro roubado, um amigo para quem a morte chegou antes do esperado.
Se conformar é apenas resistir por mais tempo na correnteza. O que não significa aceitar sem ressalvas. Mas ajuda muito se aliar ao tempo, esse santo remédio. Conviver com medo e autocompaixão tem hora pra acabar.
A vacina vai chegar e levar a angústia pra longe.
Os americanos vão se recuperar mais do que depressa, está no DNA deles.
O Rio de Janeiro vai continuar maravilhoso na memória dos cariocas. Somos fortes o bastante para resistir a décadas de perdas irreparáveis e urnas vilãs, que colocam no poder gestores detestáveis.
Mas quando o dia nasce nessa cidade, ninguém quer perder o visual da praia, Lagoa, Jardim Botânico. Viver aqui é nunca perder a chance de se espantar com uma lua cheia, aplaudir um pôr do sol no Arpoador e sentir um orgulho danado de ser carioca.
Isso ninguém perde!



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