
Catherine Picinini é integrante da Seleção Brasileira Júnior de Nado Artístico e tem na mira as próximas Olimpíadas Paris2024
Catherine Picinini é paranaense, de Curitiba. Aos 17 anos, esta jovem atleta tem muita experiência para nos contar. Desde cedo, acreditou em si mesma e investiu no esporte. Dessa forma, treinou muito, cresceu e se destacou. Por tudo isso, Catherine é, hoje, uma atleta de alto rendimento, na modalidade olímpica de nado artístico. Estará participando das Olímpiadas de Paris2024? É um sonho, é um plano!
Desde cedo, Cath investiu no sonho de chegar às Olimpíadas. Ou seja, treina muito para vencer desafios e somar vitórias. Tanto assim que, em 2019 passou a fazer parte da Seleção Brasileira Júnior de Nado Artístico. E logo depois, no mesmo ano, tornou-se Campeã Sul-americana Júnior, em todas as provas de equipe da modalidade. Embora, por causa da pandemia, as competicões do Mundial de 2020 tenham sido adiadas para 2021 e depois, novamente, para 2022 Catherine cumpre seus treinos à risca, com a garra e disciplina exigidas de uma atleta de alto nível.
Treinos na Seleção Brasileira Júnior
Como resultado de seu empenho e dedicação, Catherine no momento, treina com a Seleção Brasileira, no Rio de Janeiro. Aliás, vitórias e medalhas são parte dos planos: de Cath e da equipe. Os treinos têm em vista, 3 competições em 2021: o Junior Pan American Games, o Sul Americano Júnior e o Mundial Júnior.
“O meu sonho sempre foi entrar na Seleção Sênior e ir para as Olimpíadas. Mas, apesar do que a maioria acredita, estar na Seleção não é uma garantia de que você chegará ao topo”.
O que é o nado artístico?
- O nado artístico exige fortes rotinas de treinamento, dentro e fora d’água. Pode ser realizadas por uma só atleta, em dupla ou em equipe.
- Este esporte olímpico une natação com ginástica e dança. Assim, músicas acompanham as rotinas. E a sincronia dos movimentos é fundamental.
- Como no balé, o que se busca é transparecer facilidade nos movimentos. Porém, o esporte requer muita resistência, força, flexibilidade e uma ótima capacidade de apneia, por longos períodos.
Os desafios vieram cedo – entrevista com Catherine Picinini
Ana Carolina – De onde surgiu o seu interesse pelo nado artístico?
Catherine – Foi, assim, meio que por acaso. Quando pequena, fui diagnosticada com rinite e asma brônquica. Então, eu fazia natação com o objetivo de reduzir as crises. Em 2014, fiz uma aula experimental de nado artístico. Uma amiga foi que me animou. Desde então, nunca mais larguei o esporte.
Ana Carolina – Quais foram os seus principais desafios, no início?
Catherine – O nado artístico não é um esporte de visibilidade, no Brasil. Além disso, os clubes mais fortes estão no Rio e São Paulo. Mas, sou do Paraná. Aqui, além de serem poucas atletas, as piscinas de treino não contam com a profundidade adequada. O início foi difícil, sim. Mas também, me trouxe crescimentos, que têm reflexos até hoje.
No início, os meus pais assumiram todos os custos, que não são poucos. Depois, alguns patrocínios vieram. Hoje, conto com a Bolsa Atleta, a da Geração Olímpica e a do Incentivo ao Esporte. Esses apoios, então, são parte importante da minha vida de atleta.
Ana Carolina – E quais são os seus desafios de agora?
Catherine – Com o passar dos anos, minha visibilidade não cresceu muito. Então, agora, como membro da Seleção Brasileira Júnior, quero ajudar a abrir mais espaço para o nado artístico, no Brasil. E claro, quero ser um exemplo para os novos atletas. Quero mostrar que há um caminho a seguir, dentro do nado artístico, que pode levá-los a grandes conquistas.
3 destaques da atleta Catherine Picinini
- Catherine é membro da seleção Brasileira.
- Em 2019, foi campeã Sul Americana Júnior, em todas as provas de Equipe.
- Atualmente, treina para competir no Junior Pan American Games, no Sul Americano Júnior e o no Mundial Júnior.

Atletas de alto rendimento exigem preparação física e mental. Mas apoio de pai e mãe, também conta.
Ana Carolina – Qual a rotina da sua preparação física?
Catherine – Quando estou no clube, treino em média 4h por dia, em 6 dias da semana. Isso inclui treinos fora e dentro d´água. Mas, quando estou com a Seleção, os treinos diários são de 8h a 9h, em 6 dias da semana. Isso inclui flexibilidade, marcação das coreografias e “zala”.
Zala é um treinamento específico do nado artístico. Trabalha a flexibilidade, o vigor, a energia e a força, para que os movimentos na água sejam precisos e cheios de energia.
Ana Carolina – E a sua preparação mental?
Catherine –Nos primeiros anos, eu fiz meditação voltada para atletas. Foi uma boa opção, que me ajudou muito. A preparação mental, é uma ótima alternativa para muitos atletas. Mas, deve ser feita junto a bons profissionais. Além disso, quero dizer que o apoio dos meus pais sempre foi importante. Pois, cada competição e avaliação gera todo um desgaste emocional.
A Catherine do futuro será ainda uma atleta?
Ana Carolina – Qual o seu sonho profissional?
Catherine – O meu sonho sempre foi entrar na Seleção Sênior. Por que eu queria ir para as Olimpíadas. Mas, isso não é assim tão fácil. Estar na Seleção, não te dá um passe livre para o topo. No Brasil, nós, atletas do nado, ainda temos um longo caminho pela frente. Mas, eu acredito que o pódio virá com o tempo.
Ser um atleta de alto rendimento no Brasil, não é fácil. Os gastos são muitos e os apoios financeiros, poucos. Então, agora, que já terminei o Ensino Médio, vou por o meu foco neste meu último ano na categoria Júnior (pois, farei 18 anos). Depois então, quero cursar Engenharia Civil. Será, assim, uma nova fase da minha vida.
O esporte nos traz lições para a vida
Ana Carolina – Qual o seu recado para os jovens que querem ser atletas?
Catherine – O esporte me transformou. Pois, fiz amizades para a vida toda e aprendi novos valores como a persistência, a a resiliência e responsabilidade. Além disso, por ele me conheci melhor. Às vezes pode ser um camimho longo e mesmo, mais difícil. Mas, ter os bons resultados, faz tudo valer a pena!
É bom demais estar no topo do pódio, ainda mais, ouvindo o hino nacional. É gratificante, por que representa o esforço de muitos anos. Ali é um momento em que claramente me sinto recompensada. É quando você se dá conta de que faz parte de algo maior. E isso é muito bom!
Mas, quero lembrar que não é apenas o destino final que importa. A aprendizagem vem durante o caminho. São lições que você leva não apenas para o esporte, mas para todas as situações do seu dia a dia e para a vida.
Os técnicos de Catherine Picinini no nado artístico
- Minha primeira técnica foi a Josiete Lunkmoss Dall’Aqcua, ela me apoiou durante todo o meu caminho no Nado e a considero minha 2ª mãe.
- Também fui treinada por Flávia Liz Lunkmoss Dall’Aqcua, Twila Cremona, Marina Valladão, Priscila Pedron
- Atualmente são: Nathália Esteves e Natalia Homero. Meu preparador físico no clube é o Giovanni Santin. Já, na seleção, é o Rodrigo Leandro.
Ana Carolina – Algum destaque para compartilhar com nossos leitores?
Catherine –Há alguns anos, o nado artístico começou a ser praticado também por homens, em provas de dueto misto. Nomes como Bill May e Aleksandr Maltsev são top internacionais. E no Brasil, Renan Alcantara se destaca.
- Inclusão de homens no nado artístico é essencial
- Duplas mistas – Bill May e Alexander Maltsev (vídeo em inglês)
- Dariona Valitova e Alexander Maltsev (vídeo em inglês)
- Christina Jones e Bill May (vídeo em inglês)
Mas,esse tem sido um caminho difícil. Pois, assim como no balé, há ainda, o estigma do nado artístico ser um esporte “para meninas”. Isso torna mais difícil que meninos iniciem a prática. Vale notar, que a prova ainda não está no programa das Olimpíadas. Então, essa, vem sendo a principal luta dos homens.