Um café, por favor!

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A professora de história, Margarida, aguardou ansiosamente suas férias para finalmente poder retornar a Toronto e visitar a amiga de infância, Suely. Ela havia estado na cidade canadense em 2012 e sentia saudades de tudo!

Todas as luzes de uma típica cidade grande e a correria da vida urbana encantavam a jovem professora que morava em uma pequena cidade no interior do Paraná. Um dos passatempos favoritos de Margarida era jogar conversa fora com Suely, tomando um “French Vanilla” e comendo um “Boston Cream” na cafeteria perto de casa. Margarida não falava muitas palavras em inglês, mas um dia enquanto esperava Suely voltar do trabalho, resolveu se aventurar e fazer o pedido sozinha.

Ao se aproximar do caixa, ficou um pouco nervosa e não conseguia se lembrar do nome da bebida que tanto gostava. Começou a revirar a bolsa e encontrou um antigo recibo da mesma cafeteria. Com vergonha por não falar inglês, ela se fingiu de muda e apenas entregou o recibo ao atendente, que copiou exatamente o pedido anterior. “$7” foi o valor cobrado. Margarida achou estranho aquele valor alto para um café que geralmente não passava de $2! Ela pensou que algo estava errado, mas não sabia como perguntar.

Alguns minutos depois, o atendente indicou que o pedido estava pronto. Margarida se aproximou e sorriu. O rapaz a entregou uma bandeja com 3 copos de café. “Acho que vocês estão enganados, eu só pedi 1 café”, pensou. Mas como ela iria perguntar? A professora tentou expressar seu pensamento por meio de gestos, indicando que gostaria de apenas um café. Quanto mais ela gesticulava, mais confuso o atendente parecia, e mais nervosa ela ficava. Foi quando teve a ideia de checar o comprovante. Olhou para o recibo e se lembrou que era de um dia que tinha saído com Suely e amigos. Para acabar logo com a agonia, ela pegou os cafés e se sentou em uma mesa bem longe do caixa. Pelo menos Suely e Margarida teriam bastante café para acompanhar a conversa.