Wave 102: A onda de brasileiros em Portugal

No ano do bicentenário da independência do Brasil registra-se mais de 252 mil brasileiros
morando em Portugal

Grupo de brasileiros em Portugal. (Foto: Editorial do site moraremportugal.com)

A população brasileira legalmente residente em Portugal chegou ao recorde de 252 mil pessoas em 2022. Isso representa um crescimento de cerca de 23% em relação ao ano passado, segundo dados do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), órgão responsável pelo setor de imigração no país. Analistas indicam que esse crescimento deve se intensificar ainda mais com as novas regras de vistos de trabalho.

A nova política migratória beneficia cidadãos dos países da CPLP (Comunidades dos Países de Língua Portuguesa), que são Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A maior mudança é a autorização para quem quer procurar emprego em Portugal. Com ela, esses estrangeiros têm um prazo de 120 dias, que pode ser prorrogado por mais 60, para conseguir um contrato de trabalho. Quem não conseguir um emprego dentro do período estipulado será obrigado a sair do país e só poderá apresentar um novo pedido após um ano do fim da validade do visto anterior.

Segundo o jornal português Diário de Notícias, os novos procedimentos buscam atrair imigrantes de forma regulada e integrada ao desenvolvimento e futuro do país. Segundo o sociólogo português Pedro Góis “nunca nasceram tão poucas crianças em Portugal como no último ano. O cenário só não é mais dramático graças à comunidade imigrante” e aponta como maior contributo aquele que vem do Brasil, nos anos mais recentes. “A nossa lei proporciona que, uma vez que estejam em Portugal há mais de um ano, os filhos adquiram a nacionalidade à nascença (…) e vão permanecer portugueses por toda a vida.

“Sem imigração, a nossa população começaria a decrescer muito rapidamente”, afirma Pedro Góis, certo de que “o cenário seria muito pior. A velocidade desse decréscimo depende muito dos imigrantes que acolhemos e dos filhos que nascem aqui em Portugal”.