
Em tempos tão difíceis, procurar por alívio sem recorrer aos conhecidos ansiolíticos, é sempre uma tarefa árdua.
Por pura sorte, encontrei numa Jack Russel de pernas curtas, 12 anos e 6 quilos, algumas dicas de que ser feliz chega a ser visível. Há quase um ano nosso “relacionamento” começou quando mudei de endereço e passamos a ter uma convivência mais assídua.
Aos poucos aquela vibrante cachorrinha foi entrando no meu coração, me ensinando a ser feliz ao seu lado.

Alguns verbos tem hora certa para serem pronunciados, afinal não se deve enganar os amigos. Passear, é quase um sacrilégio se dito antes da hora. Sua paz acaba em meio a latidos estridentes, correrias desvairadas e choro sofrido em tons ensurdecedores. Mas abrir o portão do jardim é perdão garantido no paraíso canino!
Apesar da idade, todo passeio é revigorante. Ir ao galinheiro é uma caçada à ratos desprevenidos. Procurar gravetos para a lareira pode trazer surpresas e cheiros, que a nós humanos infelizmente não são permitidos. A hora do banho é o máximo, depois é claro da água gelada, pois a grama quentinha é onde ela se seca em puro êxtase.
Andar de carro também vale, mas na pontuação dos passeios leva um mísero 5. A hora de dormir é sagrada e acompanhada de um leve rosnar nada convidativo. Noites de lua cheia são iguais a qualquer noite, só iluminam suas rondas pelo gramado.
Mas acordar…ah esse é o momento em que se pode ver a felicidade em branco e marrom se transformar no estímulo que te tira da cama quase tão feliz quanto ela.
Rosa é um bálsamo, mas não é minha, e a cada reencontro retomamos juntas o caminho para encontrar essa tal de felicidade!
