A força do voluntariado no Brasil e no Canadá

No Canadá, o voluntariado é muito valorizado e pode ser parte importante na estratégia de entrosamento social e na conquista de um emprego. Já, no Brasil, o voluntariado é ainda algo novo. E por isso a experiencia de Mariana Barros, aqui apresentada, se mostra tão interessante!

A força do voluntariado no Brasil e no Canadá

Voluntariado? Vale saber!

O voluntariado (volunteeriring) foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1985. Com isso, mostrou a importância da doação de tempo e da realização de trabalho não remunerado, a partir da vontade das próprias pessoas.

O Canadá celebra a data em 5 de dezembro, a mesma da ONU.
No Brasil, o Dia Nacional do Voluntariado é em 28 de agosto.

Um dos princípios do voluntariado é o de que ações coletivas promovem as mudanças que buscamos. Elas, então, podem se dar em iniciativas locais como, por exemplo, a limpeza de um terreno baldio, a construção de casas ou o plantio de árvores em uma área degradada. Mas, também, podem ganhar expressão global, quando se dão em grandes eventos como as Olimpíadas e as Paraolimpiadas.

Além dos resultados coletivos, o voluntariado também contribui na formação das pessoas que dele participam, tornando-as mais atenciosas e responsáveis. É o que nos diz a jovem brasileira Mariana Barros a partir da sua experiência: “ter sido voluntária abriu minha mente a ajudar as outras pessoas”.

  • A história completa de Mariana você confere mais abaixo

As vantagens do voluntariado no Canadá para os imigrantes brasileiros

O voluntariado de jovens e adultos faz parte da identidade e da forma de “ser canadense”. Para os imigrantes recém-chegados, é um tipo de ação importante, porque ajuda no entendimento do seu papel no novo pais. Além disso:

  • Conta como experiência de trabalho.
  • Reforça a sua condição de indivíduo responsável e ativo.
  • Fortalece suas habilidades sociais como entrosamento, comportamento, dominio do idioma local, disciplina, etc.
  • Amplia suas oportunidades de amizades com pessoas de interesses afins e temas comuns.
  • Ajuda no relacionamentos com pessoas que poderão confirmar suas qualidades profissionais junto a futuros empregadores.
  • Proporciona uma valiosa experiência, enquanto você continua sua busca por um emprego remunerado.

Conheça a história de Mariana Barros como voluntária, no Brasil

Mariana Barros como voluntária no setor de hipismo nas Olimpíadas Rio 2016. (Foto: arquivo pessoal)

Mariana é brasileira e vive em Brasília. Quando tinha 18 anos, foi voluntária nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Queria atuar junto aos veterinários e conhecer, de perto, esta prática médica.

O voluntariado nas Olimpíadas trouxe a ela o sentimento de cidadã do mundo. Ela conta que estar em meio a tanta gente, em um tabalho coletivo, foi uma experiência bem bacana, principalmente por “saber que como você age, faz diferença na cadeia de voluntários”.

Coerente com a sua juventude, Mariana cita os novos amigos, os muitos sorrisos e as boas recordações, como bons frutos do voluntariado. Compartilha que o voluntariado gerou memórias que estarão para sempre na sua vida, e relembra que “ter conhecido um pouco da cultura dos outros países são lembranças inestimáveis para mim”. E ainda, faz questão de identificá-lo como parte importante do seu amadurecimento pessoal e profissional: “ter sido voluntária abriu minha mente a ajudar as outras pessoas”.

No aspecto pessoal, além de se tornar mais independente, ela fala da felicidade e da paz interna que a experiência lhe trouxe. Aprender coisas novas e estar em meia a tantas pessoas diferentes lhe deu, em suas próprias palavras, “a possibilidade de eu enfrentar os meus próprios monstros, de buscar meus sonhos e deixar que a realidade me levasse mais longe”.

Mariana caprichou nas entrevistas e foi selecionada para o que ela queria

Mariana foi voluntária na área de hipismo, rodeada de cavalos excepcionais e de alto valor econômico. Como auxiliar do júri na competição de Cross-Country, aprendeu sobre as normas da modalidade e sobre a importância de uma boa organização “anotando o tempo que o conjunto cavalo e cavaleiro passava pelo ponto demarcado. Também, desenhávamos o percurso feito pelo conjunto ao passar pelo obstáculo e repassávamos as informações obtidas ao grupo da `sala de controle`”.

Ela acredita ter sido escolhida, entre tantos outros candidatos, pela qualidade das suas entrevistas. Nela, conseguiu mostrar que, além da vontade genuína em ajudar, tinha as qualidades da paciência e da tranquilidade no fazer. Mais que isso, ressaltou o seu diferencial: “sempre que eu tinha a oportunidade de falar sobre hipismo e cavalos eu falava (…) e que seria um sonho estar perto do que eu mais gosto na vida.”

Ter mostrado as suas habilidades e capacidades fez toda a diferença

Na entrevista, Mariana deixou claro que nunca tinha participado de uma competição de Cross Country. Contudo, ela soube mostrar sua afinidade ao tema: “na minha inscrição eu falei que fazia hipismos, competições de salto e de adestramento e tive a oportunidade de auxiliar uma juíza de adestramento em uma prova dos atletas paraolímpicos, em uma competição que ocorreu na hípica em que eu montava”.

Hoje, esta estudante de medicina veterinária deixa um importante recado a todos os que querem se candidatar a um voluntariado:

“(…) escutei histórias de pessoas que foram designadas a esportes que não tinham nenhuma familiaridade. Mas veja que, em nenhum momento, elas haviam dito o que desejavam, ou mesmo, que já conheciam as normas de algum esporte específico.
Claro, não estou dizendo que basta você falar para ficar onde quer.
O que eu quero dizer é que vale sempre a pena tentar”.

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