
Esportes aquáticos no verão, clima ameno no inverno e degustação de vinhos o ano todo. Esses são alguns dos atrativos do Vale Okanagan, que fica no interior da Colúmbia Britânica. A região engloba o lago Okanagan (com mais de 130 quilômetros de extensão) e parte do Rio Okanagan, por isso possibilita uma vasta quantidade de experiências nas águas. “Tem caiaque, jet ski, parasailing (que é um paraquedas puxado por uma lancha), flyboard (em que a pessoa ligada à lancha é empurrada para cima por um jato de água), speedboat (uma embarcação que anda em alta velocidade), entre outras opções esportivas”, conta a brasileira Maria Fernanda Faria, de 32 anos, que já fez algumas delas em Kelowna, a principal cidade da região.
Por ser a maior cidade do vale (mesmo tendo um tamanho médio), Kelowna conta com uma grande estrutura para morar, estudar e passear, o que pode ser uma boa opção para os brasileiros que queiram ter a experiência de viver no Canadá, para além de Vancouver, a cidade mais conhecida da província. Lá fica um campus da University of British Columbia (UBC) e o Okanagan College. Como em toda a Colúmbia Britânica, o custo de vida não é dos mais baratos do país, mas ainda é menor do que o de Vancouver.
Rota dos vinhos

Apesar de Kelowna ser a cidade mais conhecida, Maria Fernanda garante que existe muito mais para se ver e experienciar pelo Vale Okanagan. “Lá é conhecido pelas vinícolas familiares. Existe uma praticamente ao lado da outra”, conta ela. Esta é a maior região vinícola da província, com mais de 220 produtores de vinhos tintos, brancos e icewine (que é feito com uvas congeladas das parreiras) em todo o vale.
As pequenas cidades produtoras margeiam o Lago Okanagam. Uma delas é Penticton, considerada uma das cidades de melhor clima na província. Maria Fernanda conta que, além de visitar as vinícolas, no verão é uma delícia curtir as prainhas locais e flutuar de boia pelo canal do rio Penticton, o que é chamado de Lazy River. “É um canal em que as pessoas vão sendo puxadas de bóia pela correnteza. A água é bem quentinha e é possível pagar uma empresa para buscá-la do outro lado do canal”, explica ela, que vive no Canadá já há 10 anos e adora viajar por BC.

Perto dali fica Oliver. Considerada a capital do vinho do Canadá, ela tem uma população de apenas 5 mil habitantes. Um fato interessante sobre o local é que ele é marcado por imigrações. Originalmente habitado pela nação indígena Syilx, Oliver recebeu ingleses veteranos de guerra na década de 1920, alemães nos anos 1930 e húngaros nas duas décadas seguintes. Nos anos 1950 houve uma forte imigração portuguesa, dominando grande parte das produções de vinho, que hoje pertencem a canadenses sikhs, que chegaram na área mais recentemente.
Outra cidade que vale a visita é Princeton, em que existe uma mina de ouro para visitação: a Mascot Gold Mine. Lá é possível conhecer mais sobre esta parte da história local, além de aproveitar os passeios ao ar livre. A região foi marcada pela mineração de ouro no século 19. Falando em época de extração de minérios, quase no meio do caminho entre Oliver e Kelowna fica Myra Canyon, onde existe uma estrada de ferro do século passado utilizada nesta época. Construída à mão, nela é possível andar de bicicleta, fazer uma das visitas guiadas e caminhar pelos trilhos antigos, que ficam ao longo de um desfiladeiro e contam com túneis e pontes no trajeto, além de uma paisagem magnífica.
Segundo Maria Fernanda, Okanagam Falls, uma minúscula cidade do vale, não deve ficar de fora do passeio. “Por ser menor, é bem tranquila e com uma atmosfera mais familiar. Tem uma prainha de lago para relaxar e ainda é próxima de outras vinícolas da região”, conta.
Primeiras nações
No Vale Okanagan encontram-se algumas reservas indígenas, como Osoyoos Indian Band, Penticton Indian Band, Westbank First Nation e Okanagan Indian Band. Osoyoos, que fica em uma área de clima mais desértico, é um lugar bacana para quem quer conhecer mais sobre a história e a cultura das primeiras nações, pois tanto o Lago Osoyoos quanto o Rio Okanagan foram rotas de transporte para o povo Syilx, primeiros habitantes da região, e dá para saber mais sobre eles no Nk’Mip Desert Cultural Center.
O interessante de viajar pela região é poder dar suporte às produções locais e familiares, além de conhecer mais sobre as primeiras nações, sua história, cultura e arte. Pelo clima de inverno menos rigoroso, pelas possibilidades de estudo e trabalho, além do fato de possuir uma natureza incrível, a região pode ser uma boa pedida para quem procura sair dos grandes centros ao vir para o Canadá. “Quando a gente muda para cá, aprende a usufruir de todas as estações do ano e gostar do fato de elas serem bem definidas”, diz Maria Fernanda. O Okanagan Vale mostra que opções para isso não faltam na região.
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