Por: Alethéa Mantovani – @aletheamantovani

Larissa Manoela, a protagonista do longa-metragem ‘Modo Avião’, exibido pela Netflix, está muito feliz com os altos índices de audiência obtidos até o momento.
Segundo os dados da plataforma streaming, o longa é o filme de idioma não-inglês mais visto da história da empresa americana. E a maior parte da audiência veio de países como: Estados Unidos, México, França e Alemanha, ou seja, de fora do Brasil.
Dirigido por César Rodrigues, ‘Modo Avião’ conta a história de uma digital influencer que fica impedida pela família de utilizar o seu smartphone, devido a uma série de acidentes de trânsito que a jovem provocou por usar o seu celular num momento inapropriado. Depois disso, ela é enviada à chácara do avô, no interior, e deverá viver por algum tempo em modo avião, ou seja, offline.
A atriz, entusiasmada com a excelente audiência, conta que o resultado do filme a surpreendeu, pois foi muito maior do que ela esperava e que isso sempre acontece em todos os trabalhos que realiza.
Acompanhe a entrevista que Larissa Manoela concedeu à Brazilian Wave.
Wave – Como você recebeu a notícia de que o filme ‘Modo Avião’ é uma das maiores audiências de língua não-inglesa da Netflix? Você esperava por todo esse sucesso?
Larissa Manoela – Eu fiquei muito feliz! É um reconhecimento muito grande do público, não só o brasileiro, mas o mundial. O filme foi muito bem aceito em outros países. Sempre faço meus trabalhos acreditando que serão um sucesso. Mas confesso que eles me presenteiam com algo muito maior do que eu realmente espero. Foi um grande presente e estou muito feliz com o resultado.
São desafios que eu, como atriz, preciso encarar para ter essa diferença de atuação entre uma plataforma e outra, entre um trabalho e outro, uma emissora e outra.
Wave – Foi difícil interpretar a personagem Ana? Em quais aspectos você se identifica com ela?
Larissa Manoela – Foi um grande desafio. Algumas coisas que a Ana vive, eu acabo vivendo. Ela é uma influenciadora, tem muitos seguidores, o tempo todo está conectada com o celular. Só tenho um pouco mais de controle da minha vida virtual e da real, consigo ponderar para não extrapolar nesses extremos e acabar me perdendo, assim como a Ana faz. Fiquei muito feliz de dar vida a ela. O desafio é não ser eu, mas uma menina que tem os seus altos e baixos. Isso me fez ter uma troca muito grande, pois eu levei algumas coisas da Larissa para a Ana, e da Ana para a Larissa.
Wave – Qual a diferença que você sentiu em atuar para uma emissora aberta como Globo e SBT, fazendo novelas, e para uma plataforma de streaming como a Netflix?
Larissa Manoela – Eu ainda não comecei a trabalhar na minha nova emissora, mas passei dez anos no SBT. Foi um grande aprendizado e lá o foco são as novelas infantojuvenis, que deram muito certo. A primeira novela infantojuvenil foi a que eu fiz, ‘Carrossel’. Eu já havia entrado na emissora antes para fazer Corações Feridos. Agora, eles seguem com novelas infantojuvenis de muito sucesso. Elas são mais teatrais e fazem com que a atuação seja um pouco mais direcionada à educação. Isso faz com que a diferença para um streaming, que é filmado como um cinema, tenha um pouco mais de detalhes. Ele não requer tanta informação, basta explicar uma vez e o público já entende. A atuação é mais discreta, mais minimalista. São desafios que eu, como atriz, preciso encarar para ter essa diferença de atuação entre uma plataforma e outra, entre um trabalho e outro, uma emissora e outra.
Wave – Quais foram os responsáveis diretos e indiretos para que a sua carreira “deslanchasse” em âmbito internacional? De que maneira isso aconteceu?
Larissa Manoela – Eu sempre tive muito foco em ser desafiada, em focar na minha carreira, no meu trabalho. Acredito que o céu é o limite. Isso faz com que eu sempre queira planejar algo que seja muito pé no chão, focado e que me possibilite ter o controle de tudo isso. Sempre fui rodeada de pessoas que me apoiaram e incentivaram. Disseram: “Larissa, vai lá! Você consegue!” As primeiras pessoas foram os meus pais, que são os meus empresários e gerenciam a minha carreira. São as pessoas que mais me querem ver bem e feliz no mundo. O Marcelo Germano, que foi o caça-talentos que me descobriu na minha cidade de Guarapuava, no Paraná, e que super confiou em mim. Ele me disse: “É para isso que você nasceu!”. Descobri que realmente é esse o meu sonho, é essa a minha missão. É isso que eu quero ser até o fim da minha vida! E eu tenho pessoas do bem no meu caminho. Encontrei o Selton Mello, que é um padrinho, um talento, um baita ator e diretor. Ele super bate bola comigo, a gente troca boas ideias. Ele me inspira muito em relação ao cinema, para voar! Além disso, a gente tem excelentes exemplos, como o Rodrigo Santoro e a Alice Braga, que são sucessos internacionais e me inspiram muito. Creio que essas pessoas, como base, me deram muita força. E a Netflix fez com que tudo isso fosse possível. A entrada no streaming mundial me deu uma potência muito grande para alcançar esse novo rumo.
Wave – Você já tem um segundo filme previsto para sair pela Netflix, o ‘Lulli’. Você pode nos dar uma prévia sobre a sua segunda produção com a plataforma?
Larissa Manoela – O meu segundo filme é o ‘Lulli’ e nele interpreto uma doutora. Ela é médica residente, está no quinto ano, e é muito focada. É uma menina humilde, que batalha para poder estudar e conseguir o material. No meio da história, ela acaba desenvolvendo uma sensibilidade muito especial, que a faz levar, literalmente, um choque da vida real. Com isso podemos abrir os nossos olhos e ouvidos para algo primordial, a escuta. Aprender a ouvir o próximo para valorizar aquilo que a gente tem e somar à nossa opinião. Isso torna o filme uma proposta muito madura e intensa, porque a minha personagem enfrenta outros desafios. E foi algo maravilhoso para mim!
Wave – Como é ser dirigida pelo César Rodrigues?
Larissa Manoela – É um presente ser dirigida pelo Cesinha. A gente teve uma baita experiência legal, e ele sabe do meu interesse pelo cinema. Ele me deixou muito à vontade para criar e para estar ao lado dele no set. Criei uma afinidade muito grande com o Cesinha, e entrego tudo nas mãos dele, pois sei que vai ficar excelente. Eu acredito que essa afinidade entre diretor e ator é primordial para que o filme seja um sucesso e para que as pessoas acreditem na história do personagem e de todo o elenco.

Wave – Você está filmando um outro longa-metragem em Nova York e no Rio de Janeiro, e que ainda não tem previsão de lançamento nos cinemas. É o ‘Diários de Intercâmbio’, uma comédia do diretor Bruno Garotti. Como está sendo essa experiência para você? Foi mais tranquilo fazer as cenas nos Estados Unidos, uma vez que já é a sua segunda produção realizada no exterior?
Larissa Manoela – Eu terminei de filmar ‘Diários de Intercâmbio’ em fevereiro, e daí voltamos para o Brasil. Conseguimos concluir todo o nosso filme, uma parte no Rio de Janeiro e outra parte em Kingston, próximo de Nova Iorque. O filme é muito legal, e ele tem estreia prevista para outubro, se Deus quiser! Ele vai para as telas de cinema e eu estou muito ansiosa por esse meu retorno. O último filme que lancei para o cinema foi o ‘Fala Sério, Mãe!’, um baita sucesso, com o qual eu fiquei muito feliz com o resultado. Agora, eu estou com muita expectativa para “Diários de Intercâmbio”, que conta a história de uma intercambista. Minha personagem, a Bárbara, sonha em fazer intercâmbio e morar fora. Eu nunca fiz um, então pude viver na pele o que é passar por isso. E foi um belo desafio, pois eu saí da zona de conforto e fui para um lugar onde eu nunca tinha filmado, com uma cultura diferente e uma língua diferente. Enfim, foi uma grande experiência, onde eu fui muito bem recebida e fiquei muito feliz de conhecer todas aquelas pessoas. Eu tenho certeza de que o nosso filme ficará lindo e encantará a todos.
Eu vivo o meu trabalho e isso me deixa completamente feliz.
Wave – Como você faz para conciliar os seus diversos trabalhos no Brasil e no exterior? Como você consegue cumprir toda a sua agenda e não se esgotar ou estressar?
Larissa Manoela – Eu sou muito feliz e realizada com o que faço. Eu vivo o meu trabalho e isso me deixa completamente feliz. Vivo essa correria e gosto de trabalho intenso. Eu amo a dramaturgia e isso me consome de uma forma muito especial, pois eu dou 100% do meu esforço. Porém, eu consigo conciliar e me ajeitar, porque sou muito perfeccionista e gosto de tudo certo. Eu faço listas, planejo todos os dias da minha semana, e isso faz com que eu tenha uma regra e consiga conciliar tudo aquilo que eu tenho vontade de fazer. Sei que vai chegar o momento em que eu vou ter que ficar entre algo aqui, algo fora, se eu quero cantar ou se eu quero atuar. Mas, enquanto eu conseguir fazer o que o artista consegue fazer, aquilo que o meio artístico propõe e dá a oportunidade, eu vou continuar fazendo.